Isso sim é um perfeito caso de demonstração afetiva.
O sol se põe e com a noite chega junto a escuridão, me toma o desespero. Alimentado por diferentes sentidos, nutro sentimentos de decepção com o olhar abalado, focado no interior vazio.
Mergulhando neste mundo confuso faz-se a busca, completada por atos falhos, assimilada pelo cérebro afuncional. A jornada segue ao peito onde não há dor, só o vazio do nada. O vácuo do inexistente que habita este sonho. Subo para o meu olhar que ainda a contemplar a noite, insiste em me ignorar, se nega em me transmitir e ainda assim não aceita o que penso.
Sem respostas no interior fujo de encontro ao que vejo. A natureza da noite com seu belo luar, que banha de luz a profunda e triste escuridão, e assim deparo-me de fronte ao evento dos opostos, coexistindo em perfeita harmonia. Por que permite a escuridão ser invadida, sem saída, pela luz?
E como o luar que rasga a noite, a idéia surge, a mente brilha. A ausência que antes era tormento, se converte em resposta, explicando que o brilho e o manto negro fazem-se simplesmente na ausência um do outro. E no contemplar do entendimento, porem ainda sem todas as respostas, por um minuto tudo muda. O olhar transmite o sentimento do manto prata que se derrama no oceano, e em meu mar de rosto enegrecido, brilha a espuma do sorriso.